
Bem Vindos !!!
A caravana dos bandoleiros
Pandeiros, castanholas e viola.
Lá vai o povo cigano
Na carroça seguem as trilhas
E uma canção cantarolando.
Enquanto a carroça balança
No trotar dos cavalos
O vento sacode os cabelos
E nas mãos seguram o baralho.
A viola um coro invoca
As ciganas respondem o chamado.
Os ciganos riscam as botas.
E as saias dão balões embolados…
As estradas são diversas
E segui a caravana dos bandoleiros
Ciganos de terras incertas
Conhecidos por povo festeiro.
Carroças colocadas em círculos
Fogueira em meio forjado/
E batem os pés no batido
Cigana, castanhola e babado.
Sãozinha Fernandes!!!
D. A. Lei 9610/98
Juiz de Fora /MG/ Brasil

Cigana Baila!
Uma Etnia, uma descendência, uma cultura.
O Sangue.
Um estado de espirito, uma prefeita sintonia com a natureza.
Uma existência plena.
Passos, sempre firmes e os pés leves como plumas...
Olhando somente para frente.
O Otimismo, a alegria, o agradecimento permanente.
O pensamento fixo: O Hoje!
A beleza das flores é traduzida nas saias rodadas e sempre bem coloridas...
O perfume da natureza está: nas xícaras de chás, nos incensos, nos banhos...
A cigana sempre terá um remedinho...
O Bailar da cigana, não é apenas uma dança; é uma dança medicinal.... Evocando os elementos da natureza, a terra, lua, sol, mata e os antepassados... Evocando a cura.
A cura da dor física, a cura da dor da alma...
A cigana dança por estar feliz e dança para espantar a tristeza!
O Lenço, o leque, a rosa, o punhal, o fogo, o pandeiro. Não importa o que ela traz nas mãos, o que realmente importa é o chamamento da aura que dança com ela.
Baila cigana, Baila pra alegrar...
Baila Cigana Baila... Deixe a saia rodar...
Sãozinha Fernandes!!!
D. A. Lei 9610/98
Juiz de Fora /MG/ Brasil

Pobre Mortal
Descobri-me pobre mortal.
Quando vi a plenitude da lua cheia. Idônea, prateada, redonda,
Chamando a atenção para si. Ela pode!
E eu aqui! Pobre de mim... Vontade de tocar na pérola que tanto brilha na imensidão desta noite.
Pobre mortal sou eu... E ela?
A eterna noiva, com o mesmo impacto da noiva entrando na nave, a lua cheia entrando na noite.
Sãozinha Fernandes!!!
D. A. Lei 9610/98
Juiz de Fora /MG/ Brasil


A chegada da caravana
Todos chegaram às suas janelas
Para ver uma caravana passar
As carroças coloridas
Os violinos a tocar...
Crianças brincavam no chão
Correndo pra la e pra ca
As ciganas bailavam com as saias
No vento
Tecidos levados ao ar...
Os cavalos levantavam poeira
Nos passos com as castanholas
Ecoavam pelas ruas
As gargalhadas das ciganas espanholas...
A viola fazia o solado
Do povo cigano dançante.
Nas trilhas seguiam cantando
Por caminhos errantes...
Sãozinha Fernandes!!!
D. A. Lei 9610/98
Juiz de Fora /MG/ Brasil
Bailar
Baila cigana, Baila pra alegrar. ..
Baila, Cigana Baila... deixa a saia rodar.....


Leque
Leque!!!
Eu uso um leque
Pra dançar pro meu cigano
jogo ele para o alto
enquanto vou rodopiar
uso leque
com ele escondo meu sorriso
pra mostrar o meu olhar..
danço com leque
por que sou uma cigana
ele não só me abana
como me faz adornar…
com o meu leque
faço pose de charmosa
por que sou cigana manhosa
e com calor quero dançar…
levanto o leque,
e pincelo os meus dedos.
com as maõs faço chamego
para o cigano me olhar….
Optcha!!!!
Sãozinha Fernandes!!!
D. A. Lei 9610/98
Juiz de Fora /MG/ Brasil
Saudações à minha saia de seda
Meus dedos tocam com delicadeza.
Seus babados me dão formosura
No bailar ,me da compostura.
Quanto mais roda, mais bonita.
Quanto mais cor, mais divina.
Transmuto - aos elementos.
De forma repentina.
Bailar com a minha saia cigana
É como uma junção carnal.
A minha essência plena.
Minha seda, minhas penas
Posso simular meu voo
Como águia pro infinito.
Posso me tornar sereia.
Nos corais do meu tecido.
Minha saia de seda e babados
Saia cigana de bailado
Saia do meu tablado
Vaporosa e com rendados...
Sãozinha Fernandes!!!
D. A. Lei 9610/98
Juiz de Fora /MG/ Brasil


Ai, Vesti minha saia cigana!!!
Vesti meu talismã
Minha vesti, meu encanto.
Me desloca para outro canto
Do imaginário onde danço.
Abro a roda saudando o sol e lua
Giro forte e trago o vento
Alternando os movimentos
Lembro a água e os elementos.
Suas pontas em meu ombro
Lembra proteção do manto,
Lembra o acolhimento,
Lembra barraca - Tiro o quebranto.
Minha saia diz quem sou
Meu movimento pra onde vou.
Não tenho limites nem obstáculos
Bato o pé e pulo descalço.
Sou energia pura
Sou cigana de cura
Danço de forma mística
Sou cigana da noite escura.
da mesa holística, do riso solto.
Sou filha da terra. Do povo encantado.
Do povo da festa, da prata e do ouro.
Represento alegria. Trago euforia.
Rodo a saia, piso na areia.
Levanto a poeira.
Quando abrir seus olhos.
Segui meu legado.
Sãozinha Fernandes!!!
D. A. Lei 9610/98
Juiz de Fora /MG/ Brasil
O Punhal
O Punhal
Meu punhal abre caminhos,
Corta a mata pra eu passar.
Também corta os alimentos,
Limpa o peixe pra assar…
Meu punhal é minha arma
Que só uso para o bem
Limpo as ervas, faço chá!
Não faço mal para ninguém.
No meu punhal tem minhas marcas,
Do uso de cada dia.
Mas também tem minhas lutas
Do meu pão de cada dia.
O sangue que nele corre
E do alimento tão suado
O verdadeiro cordeiro
Fez meu punhal abençoado.
Sãozinha Fernandes!!!
D. A. Lei 9610/98
Juiz de Fora /MG/ Brasil

Poema para o Cigano Wladimir
Venho das estradas de areia,
Venho das ondas do mar...
Venho dos trilhos das matas,
Venho do céu a brilhar...
Carrego comigo as ervas...
Curo dor e a solidão
Carrego comigo instrumentos
Faço a minha canção...
Com o meu violino
Faço as moças suspirar
Diante de uma fogueira
Faço as ciganas dançar...
Com meu punhal na cintura
E olhar sempre vigilante
Defendo de unhas e dentes
As minhas ciganas dançantes...
Sou Cigano Wladimir
Gosto de alegria e fartura,
Mas não maltrate as mulheres
Abala com minhas estruturas...
Faço valer a valentia
Faço justiça no punho
Sou rei com maestria
Com ou sem testemunho...
Sãozinha Fernandes!!!
D. A. Lei 9610/98
Juiz de Fora /MG/ Brasil

A volta do Cigano Wladimir
Lançou ao céu o seu falcão
Montado em seu cavalo
Levantou poeira do chão.
Ecoou o cantar do pássaro...
Mandou a mensagem ao seu povo.
Hoje tem festa no acampamento.
Hoje todos dividem o pão,
Os sinos tocam os badalos
Nos céus estouram rojões...
O som do violino Zíngaro,
La vem Wladimir de Novo.
Trazendo ouro na bolsa,
Trazendo alegria no olhar,
Sorrindo para as suas ciganas
Cantando para elas dançar...
Sãozinha Fernandes!!!
D. A. Lei 9610/98
Juiz de Fora /MG/ Brasil
